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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pílulas de Ciclovias

DEFINIÇÃO:
Uma via ciclável é um espaço destinado especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas. Há vários tipos de vias cicláveis, dependendo da segregação entre ela e a via de tráfego de automóveis:
tráfego compartilhado: não há nenhuma delimitação entre as faixas para automóveis ou bicicletas, a faixa é somente alargada de forma a permitir o trânsito de ambos os veículos.
ciclofaixa:é uma faixa das vias de tráfego, geralmente no mesmo sentido de direção dos automóveis e na maioria das vezes ao lado direito em mão única. Normalmente, nestas circunstâncias, a circulação de bicicletas é integrada ao trânsito de veículos, havendo somente uma faixa ou um separador físico, como blocos de concreto, entre si.
ciclovia: é segregada fisicamente do tráfego automóvel. Podem ser unidireccionais (um só sentido) ou bidireccionais (dois sentidos) e são regra geral adjacentes a vias de circulação automóvel ou em corredores verdes independentes da rede viária.

A HISTÓRIA DAS CICLOVIAS
A prefeitura de Paris criou, em 1862, caminhos especiais nos parques para os velocípedes para não se misturarem com as charretes e carroças, dando assim origem às primeiras ciclovias.
A construção de pistas cicláveis massificou-se durante o programa de autobahns no Nacional Socialismo Alemão nos anos 1930 do século XX, com a intenção de retirar as bicicletas das rede viária, que impediam os automóveis, que começavam a ser produzidos pela indústria automóvel, de atingir as velocidades desejadas.

SEGURANÇA
Dados e estudos em diversos países contrariam a crença de que ciclovias aumentam a segurança do ciclista no meio urbano. Visto que, numa ciclovia, o ciclista está separado do fluxo de veículos, sua interação com outros motoristas e sua visibilidade são prejudicadas em cruzamentos. No meio urbano, a maioria dos acidentes com ciclistas ocorre justamente em cruzamentos (enquanto colisões traseiras só são significativas em vias interurbanas ou arteriais) e isto é agravado quando se constrói ciclovias.
Nos EUA, Reino Unido, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Canadá  e na Finlândia, foi constatado que a instalação de ciclovias resultaram num aumento significativo, de até 12 vezes, na taxa de colisões entre carros e bicicletas por quilômetro pedalado.
Em Helsinki, pesquisas têm mostrado que os ciclistas tem mais segurança pedalando nas ruas compartilhando o tráfego com outros veículos do que quando usam os 800 km de ciclovias da cidade. A polícia e o senado de Berlin conduziram estudos que levaram a uma conclusão similar nos anos 1980. Em Berlin, apenas 10% das vias têm ciclovias, mas as ciclovias produzem 75% das mortes e demais acidentes de ciclistas. Ciclofaixas são menos perigosas do que ciclovias, mas mesmo aos exemplos melhor implementados foram associados um aumento de 10% de acidentes.
Dados de acidentes registrados pela polícia do Reino Unido indicam que em vias sem cruzamentos (vias arteriais ou interurbanas), 17% dos acidentes foram provocados por colisão traseira. A taxa de mortalidade aumenta com o limite de velocidade da estrada: 5% em estradas onde o limite é 50 km/h, 12% em 64 km/h, 21% em 100 km/h e 31% em 110 km/h.
O uso de espaços segregados para ciclistas em vias arteriais ou interurbanas parece estar associado à redução do risco de acidentes. Na Irlanda, a instalação de grandes acostamentos nas vias interurbanas na década de 1970 resultou num decréscimo de 50% de acidentes com ciclistas. Foi reportado que os Holandeses também encontraram que vias segregadas para bicicletas levaram a uma redução de colisões no meio rural.
Ciclofaixa em Barcelona, Espanha
  Ciclovia sobre leito da Linha do Dão, junto ao apeadeiro de Travassós de Orgens, Portugal
  Ciclovia em praia de Alcobaça, Bahia
  fonte: wikpedia
 
SUIÇA E AS CICLOVIAS
Ciclovias ziguezagueiam a Suíça inteira, por Heloisa Lupinacci, enviada especial da Folha de S.Paulo à Suíça
Três mil quilômetros divididos em nove ciclovias cortam os 41.290 quilômetros quadrados da Suíça, costurando as partes alemã, francesa e italiana que formam o país em uma rede de sinalizações elaboradas.
Uma placa vermelha, com uma bicicleta desenhada, quer dizer "isto é uma ciclovia suíça". E pode estar pregada em uma árvore de um bosque, em um poste de Zurique ou à beira de uma rodovia, às margens de um rio.
Outra placa indica os nomes das cidades mais próximas e os quilômetros faltantes em cada rota.
Como são nove caminhos que seguem direções distintas, é preciso atentar para o número da placa. Se estiver na rota 2, seja fiel e não siga uma placa da rota 5.
Mesmo com todas as sinalizações, não é preciso esforço para se perder. Como estão em cidades, estradas ou bosques, às vezes é preciso decidir para que lado ir em uma bifurcação sem placas. E a decisão pode ser errada.
É recomendável, portanto, consultar um mapa antes de sair pedalando. Nos pontos de aluguel de bicicletas, há mapas disponíveis. Os perdidos não precisam entrar em desespero. Como muitos suíços são poliglotas (podem falar alemão, francês, inglês e italiano), não é difícil encontrar pelo caminho quem fale algum idioma que o ciclista entenda.
Caso a intenção seja explorar diversas regiões, é possível aliar bicicleta a outros meios de transporte. Barcos e trens têm espaço dedicado a essa passageira magrela --atente, no entanto, para o limite do número de bicicletas que eles carregam por vez.
Quem não quiser pedalar a viagem toda pode percorrer trechos curtos, de uma cidade a outra. O ideal, nesse caso, é sair de onde se está hospedado, ir a alguma cidade vizinha e voltar pedalando.
Antes, porém, é bom checar se há trechos difíceis no roteiro. Afinal, o objetivo é se divertir e não ficar dolorido por conta de uma sucessão de ladeiras.
Bicicleta alugada
Em todas as estações de trem públicas da Suíça há pontos de aluguel de bicicletas da empresa Rent-a-Bike AG (www.rent-a-bike.ch). Para sair pedalando, é preciso apresentar o passaporte e preencher um contrato.
O aluguel de meio dia (devolução antes das 12h30 ou aluguel depois desse horário) custa 23 francos suíços (R$ 58). Um dia sai por 30 francos suíços (R$ 75). Se a bicicleta é alugada em uma cidade e devolvida em outra, a diária sobe para 36 francos suíços (R$ 90).
Se quiser levar a bicicleta do Brasil pela companhia Swiss ou Lufthansa, basta informar, na reserva, que uma magrela vai voar, e embalá-la, com rodas e pedais separados do corpo. A soma das medidas da caixa não pode ultrapassar 158 cm. O peso máximo é 32 kg. Se levar uma mala e a bicicleta, não há taxas. Se levar um volume a mais, paga-se US$ 120 de excesso de bagagem.
Essa é a taxa cobrada pela Air France para carregar bicicletas independentemente do resto da bagagem do passageiro. Também é preciso informar que a magrela vai voar e dizer o tamanho da embalagem. Na Alitalia, a taxa é de US$ 39,60 pela bike, e o procedimento de embarque é o mesmo.

Heloisa Lupinacci viajou a convite do Switzerland Tourism, da Swiss International Airlines e da The Leading Hotels of the World.

CICLOVIAS EM PORTUGAL
Se quizer consulta a lista de ciclovias em Portugal, clique abaixo: 

A BÍBLIA DO CICLISMO E DAS CICLOVIAS
Foi publicado em julho um livro que tem feito bastante barulho pelo menos entre os técnicos de transporte que conseguem decifrar o alemão escrito. "Planungshandbuch Radverkehr" (ou o "Manual do planejamento cicloviário") está sendo vendido por € 79,95 como a bíblia das ciclovias e do ciclismo. Que a bicicleta pode ser, sim, parte da solução da mobilidade intraurbana, estamos cansados de saber. Agora, como fazer para promovê-la? Ao que se deve concretamente atentar? É sobre isso que Michael Meschik, professor universitário dedicado há mais de vinte anos ao tema da mobilidade não motorizada, escreve nesta obra.
E qual a importância disso para nós, brasileiros? É que o livro surge para um público ambientado em países que se pensavam repletos de informações e leis que asseguravam os direitos dos ciclistas. Ou seja, surge a países onde muitos acreditavam que não havia nada mais a escrever. A Alemanha, assim como a Áustria e a Suíça, conta com leis e diretrizes em todos os níveis de governo promovendo e fomentando o uso da bicicleta como meio de transporte. No entanto, as condições de circulação de bicicletas nas cidades estão ainda longe de serem ideais e são presumivelmente piores do que as encontradas pelos usuários de automóvel. O livro achou bem seu espaço.

CICLOVIAS NO GOOGLE MAPS
Num encontro de ciclistas que ocorreu em Washington a Google observou-se que o pedido mais exigido pelos mesmos era a inclusão de vias para bicicletas no Google Maps.
Para lhes fazer essa surpresa a Google anunciou no mesmo evento a inclusão de mapas destinados aos fãs que pretendam planejar uma rota por vias destinadas aos ciclistas ou então sugerindo estradas menos movimentadas. Nos Estados Unidos, principalmente nas grandes cidades, é comum ver ciclistas no meio do transito automóvel com sérias dificuldades de movimentação, caso tenham o Google Maps à mão poderão facilmente escolher uma nova rota ou verificar qual das vias tem menos transito.
No lançamento efetuado ontem a Google revelou ter inserido mapas para bicicletas em 150 cidades dos Estados Unidos, podendo o utilizador escolher vias apenas para veículos de duas rodas, ciclovias dentro das cidades ou então vias normais melhor adaptadas aos ciclistas.

TRNASPORTE DO FUTURO?
Parece ser o meio mais viável para o trânsito das grandes metrópoles o uso da bicicleta. Segundo especialistas, a bicicleta é o meio mais rápido até 1,5km, (ironicamente dizendo, em um trânsito dentro de um veículo automotor se demoraria mais de meia hora para andar 1,5km), a bicicleta não polui, não precisa fazer muito esforço para achar um lugar onde possa guardar, é de grande benfeitoria para a saúde, melhorando a cardiovascularização e o individuo acaba deixando de ser sedentário, pois pratica uma atividade física.
Então podemos até dizer que a bicicleta será o veículo do futuro, já que não polui. Isto é uma forma de diminuirmos a propagação de poluentes na atmosfera, produzindo benefícios a saúde, bem-estar físico e mental e não ficando preso no trânsito. Para a estressada população urbana dos grandes centros que circula pela cidade diariamente é uma boa dica.

CHINA E A BICICLETA
Na China, país-sede dos Jogos Olímpicos de Pequim, existem 1,3 bilhões de habitantes e cerca de 500 milhões de bicicletas em todo o país. Agora imagine trafegar por lá de automóvel. Difícil não é? Mesmo com uma recente alta de consumidores de automóveis na China, grande parte de seus habitantes ainda preferem utilizar a bicicleta, o meio de transporte mais barato e habitual usado pelos chineses.

HOLANDA
Em Amsterdã cerca de 26% do transporte é feito por bicicletas que circulam por vias destinada apenas a elas. Aqui em São Paulo seria uma boa opção implantar ciclovias. Mesmo no inverno holandês, os habitantes de Amsterdã não dispensam o uso da bicicleta, onde os jovens são os maiores utilizadores desse transporte. Em 1992 foi aprovado em um referendo por quase um terço dos eleitores, uma estratégia de desafogar o uso de automóveis em 35% no número de veículos em circulação, liberando assim as vias para circulação e estacionamento no centro.

SÃO PAULO
Em São Paulo existe clubes que incentivam o uso da bicicleta e até se organizam para passeios noturnos, como o caso do Clube dos Amigos da Bike (CAB), que todas as segundas e quartas-feiras se reúne no parque das bicicletas e percorrem de 10 à 35 km, cerca de uma à duas horas de pedalada. Uma medida muito boa para retirada de estresse. Para maiores informações acesse: http://www.cab.com.br/index.php.
Everton Rego Freitas, é estudante de Educação da Física da FIG (Faculdades Integradas de Guarulhos) e colaborador do Blog da Comunicação.

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