Caros Urbanautas. Voces conhecem uma Fábrica de Som? Difícil imaginar, não? Um local onde seriam produzidos os discos de vinil e CD? Ou um estúdio onde seriam gravadas as músicas?
RAUL SEIXAS
PARALAMAS DO SUCESSO
PREMEDITANDO O BREQUE
ULTRAJE A RIGOR
Nada disso! Na década de 80, em um galpão de tijolos aparentes no bairro da Pompéia, em São Paulo, que anteriormente produzia materiais de consumo como tambores e geladeiras e que, com a intervenção da arquiteta italiana Lina Bo Bardi foi transformada em um teatro de arena e passou a produzir cultura. Adicione à receita um apresentador antenado (Tadeu Jungle) e um movimento cultural em um Brasil que vivia um processo de abertura política “lenta e gradual”, que culminaria no fim da ditadura, em 1985 pós-ditadura militar, e que incluía na mesma panela os punks iniciantes “Ratos do Porão” e “Inocentes”, os desconhecidos “Titãs, Ira, Paralamas do Sucesso e Ultraje a Rigor”, a Vanguarda Paulista de Arrigo Barnabé, grupo Rumo e Itamar Assunção, a poesia concreta dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, performances da mímica Denise Stoklos, o dançarino Ivaldo Bertazzo e o jovem poeta Arnaldo Antunes Filho, o poeta Paulo Leminski falando sobre a geração beat; o poeta Wally Salomão recitando poemas; Luís Fernando Guimarães cantando (!!!) no grupo Asdrubal Trouxe o Trombone; e a presença de José Roberto Aguillar com sua Banda Performática, o grupo Premeditando o Breque e o Língua de Trapo, isso sem mencionar as várias conversas malucas que Tadeu Jungle tinha com a platéia de quase duas mil pessoas, algumas das quais vindas de outros estados.
O início da “Fábrica do Som” no Sesc Pompéia foi em 12 de março de 1982, sendo exibido pela Tv Cultura até 1984, sendo retransmitido em Porto Alegre pela TVE.
A comunhão foi perfeita, o Sesc Pompéia tinha nascido para ser algo realmente novo e o pessoal que idealizou o “Fábrica do Som” só tinha olhos para a novidade O objetivo era promover e incentivar a pesquisa musical divulgando obras inéditas e originais, uma verdadeira mostra permanente da nova (para aquele momento) música popular brasileira, sem qualquer característica de concurso. Foi um grande catalisador, e mostrava o trabalho independente de jovens artistas que produziam uma música diferente e tinham a preocupação de não se submeter à gravadoras. Uma vez por semana os iniciantes contracenavam com gente consagrada. "O Fábrica do Som e o Sesc Pompéia surgiram num momento de grande efervescência em todo o país".
Abaixo, vídeos de alguns artistas que trabalharam na fábrica.Iniciamos com o BARÃO VERMELHO.
Abaixo, vídeos de alguns artistas que trabalharam na fábrica.Iniciamos com o BARÃO VERMELHO.
RAUL SEIXAS
PARALAMAS DO SUCESSO
PREMEDITANDO O BREQUE
ULTRAJE A RIGOR
TITÃS
Demais a história da fábrica do som!!! Olha, há um bom tempo a tv cultura quando fez 30 anos resgatou alguns momentos da fábrica do som e claro, gravei numa vhs que tenho até hoje. lEMBRO Que tem uma apresentação do Barão com Cazuza no fábrica tocando "Menina Mimada". Possuo gravador de DVD e aos poucos tô digitalizando um acervo muito legal que tenho de música e cultura que tá em vhs, do raul tenho bastante coisa. Até o Jimi Joe ficou impressionado que eu tenho um show bem antigo dele com o jUlio Reny e Expresso Oriente. Nunca vou me esquecer ele me dizendo: "gustavo, quanto tu quer pra destruir isso" hahahaahah. Mas depois ele se emocionou vendo. Momentos mágicos e existe a tal sincronicidade. Abração
ResponderExcluirAH, tenho essa caixa do Raul. É demaisss!!! VALEU!!!
Da hora Guto, vou passar meu e-mail pra vc, eu sou historiador e estudo o programa fábrica do som, e preciso de documentos audiovisuais sobre o programa, se tiver como eu ver esse material seria muito útil pra mim, valeu por resgatar essa parte da história brasileira.
ResponderExcluirrafael_paiva_alves@hotmail.com