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quarta-feira, 30 de março de 2011

Tokyo Compression - fotografia de Michael Wolf


Publicada por Diana Ribeiro em obvius, o texto apresenta o trabalho do fotógrafo alemão Michael Wolf. A dramaticidade das imagens nos remete a uma reflexão sobre a condição de vida mesmo em cidades desenvolvidas como Tóquio, e de que forma resolveremos o problema de superpopulação mundial.
 A linha de metro mais movimentada de Tóquio foi o cenário escolhido para este projeto do fotográfo alemão Michael Wolf. A sua objetiva captou, durante trinta dias, a realidade contemporânea dos transportes públicos em hora de pique: uma gigantesca massa anonima que se concentra num mesmo espaço, partilhando muitas vezes empurrões, pisadelas ou até mesmo cheiros desagradáveis.
O metro de Tóquio é um dos transportes mais concorridos do Mundo, onde todos os dias passam cerca de seis milhões de passageiros. Na linha "Odakyu", e apesar de haver uma nova composição a cada oitenta segundos, em plena "rush hour" este ritmo de passagem não é suficiente.
Michael Wolf esteve um mês a fotografar esta realidade. Assim que as portas se fechavam, apontava a câmara para as janelas do metro. O objetivo: registar os rostos e as emoções de quem, logo pela manhã, já estava "apertado" entre milhares de desconhecidos.
O fotógrafo alemão, nascido em 1954, é conhecido pela sua tendência "voyeurista". Gosta especialmente de captar momentos do quotidiano que por serem tão banais acabam por passar despercebidos. Mas Michael consegue ir ao detalhe e revelar pormenores surpreendentes.
Em "Tokyo Compression" as fotografias falam por si: a confusão nos vagões que leva a que os passageiros sejam quase espremidos contra as janelas, empurrados, pisados e tenham que suportar o cheiro (por vezes desagradável) dos companheiros de viagem. Muitas pessoas não mostravam qualquer reação quando se apercebiam de que estavam a ser fotografadas. Os flashes disparados a tão curta distância eram apenas mais uma luz sem qualquer importância. Já outros fechavam os olhos, protegiam a cara com as mãos ou tapavam as janelas, incomodados com a situação. Não há nenhuma imagem de alguém a sorrir e em muitas delas os vidros estão embaçados.
"É o inferno dos transportes suburbanos", afirma Wolf. Esta é uma realidade vivida não só em Tóquio, como em muitas outras metrópoles do mundo. O desconforto e a incapacidade de lutar contra as multidões em plena hora de pique. A perspectiva abordada pelo fotógrafo transmite essa visão da vida contemporânea nas cidades.
Esta bizarra experiência já se encontra em livro, numa publicação feita pela editora Peperoni Books. E as imagens estão expostas no Forum fur Fotografie, em Colônia, na Alemanha.



Um comentário:

  1. Um post de responsa!
    Para um ex morador de uma urbanacidade, sempre me faço a pergunta: qual o porquê que justifica uma vida dessa?

    Abraços!

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