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segunda-feira, 18 de abril de 2011

5º Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre (FestFotoPoA)

 Ao redor da mesa, da esquerda para a direita: Luiz Carlos Felizardo, Tiago Santana, Pedro Vasquez, Sinara Sandri, Clarissa Pont, Pio Figueiroa, Rubens Fernandes Junior e Zeca Linhares. Atrás da câmera, Carlos Carvalho.
Em sua quinta edição, que acontece de 25 de março a 1º de maio de 2011, o FestFotoPoA – Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre homenageia o fotógrafo gaúcho Luiz Carlos Felizardo.
Luiz Carlos Felizardo (Porto Alegre, RS, 1949) cursou arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul de 1968 a 1972, ano em que passou a trabalhar exclusivamente como fotógrafo. Trabalhou em Prescott, Estados Unidos (1984-1985) sob a supervisão do fotógrafo Frederick Sommer, como bolsista da Fulbright Comission. Recebeu a Bolsa Vitae de Artes/Fotografia (1990) com a qual realizou uma extensa pesquisa sobre a passagem de Sommer pelo Brasil.
Os organizadores do 5º Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre (FestFotoPoA) acreditam que o fotógrafo homenageado desta edição demonstra que já está superada a oposição entre filme e digital. As cerca de 80 imagens do gaúcho Luiz Carlos Felizardo, 62 anos, que se destacam na programação deste ano do festival foram obtidas, ao longo de quatro décadas, por câmeras com filme - e depois tratadas digitalmente.
— O digital é uma opção para os fotógrafos. Não substitui o filme. Mas, mesmo para quem trabalha com filme, o Photoshop é indiscutível. O software substituiu o laboratório, com mais apuro técnico — diz Carlos Carvalho, coordenador-geral do festival.
Se as técnicas digital e analógica não são inconciliáveis, os novos tempos inauguram outros debates, como quer mostrar o evento, que será aberto para o público hoje, reunindo, até 1º de maio, exposições, mesas-redondas, palestras e outras atrações no Santander Cultural, na Capital. Uma das discussões é o papel da fotografia em uma época na qual quase todos têm acesso a uma câmera — no celular, por exemplo.
— Hoje, a fotografia entrou na neurose do consumo e da produção. Daí a importância de lembrarmos de técnicas que caminham na contramão dessa lógica, como o pinhole — diz Sinara Sandri, coordenadora adjunta do evento, ao lado de Zeca Linhares.
Expandindo-se a cada ano, o FestFotoPoA se mantém fiel às duas vocações com as quais foi criado, em 2007. Em primeiro lugar, ser multimídia. Carvalho estima que 90% das fotos expostas o são por meio de recursos como projeções. As imagens à mostra nesse segmento, este ano, são focadas no tema desta edição: A Família — Relações Sociais, Memória, Cidadania. Mais do que a família nuclear, está em pauta a multiplicidade de interpretações da palavra: a família como espaço de convivência, luta política, preservação do patrimônio.
Entre as exposições "físicas", destaque para a de Felizardo e a do francês Marc Riboud, 87 anos, ícone da agência Magnum, onde também despontaram Robert Capa e Cartier-Bresson. Outra atração internacional é a fotógrafa norte-americana Jane Evelyn Atwood, que participará de um encontro com o público amanhã, às 18h, apresentando fotos de mulheres em prisões.
A segunda vocação que o FestFotoPoA pretende manter é a de "não ser apenas um evento cultural", nas palavras de Carvalho:
— Queremos ser prestadores de serviços à comunidade. Nos interessa o público em geral, e não só os iniciados em fotografia.
Nesse sentido, um dos temas que devem ser debatidos no Fórum Internacional de Livros de Fotografia de Autor, que faz parte da programação do festival, é o preço destas publicações e alternativas para torná-las mais acessíveis, como ressalta Sinara:
— A fotografia está popularizada, mas o livro de autor é muito caro. E o fotógrafo representa a menor parte deste custo. Quem ganha são as editoras e as livrarias.
Como exemplo de iniciativa para aproximar os livros de fotografia do público, está sendo criada uma biblioteca acessível durante o festival e, ao final, será doada para uma entidade (o catálogo pode ser conferido no site http://www.festfotopoa.com.br/).
O 5º FestFotoPoA, afinal, quer curar a neurose da foto captada compulsivamente, na velocidade das redes sociais, retornando à fotografia como forma de experiência.

fonte: site oficial e jornal ZERO HORA

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