O artista brasileiro de 69 anos vive entre Paris, o Rio de Janeiro e Joinville. Talentoso e trabalhador, é um dos únicos pintores brasileiros a ter grande destaque internacional, sendo o seu trabalho retratado como uma "ode à mulher sofisticada e sensual". Conheça-o melhor.
Juarez Machado tem quase 70 anos e é um marco na pintura brasileira. Mas não só: é também escultor, desenhista, caricaturista, designer, cenógrafo, mímico, escritor, fotógrafo e ator. Mas o multifacetado artista nunca se dispersou.
Considerado precoce, desde cedo mostrou o seu talento. Com apenas vinte anos, já somava prêmios em Curitiba, no Brasil, onde estudava na Escola de Música e Belas Artes. Neste início de carreira, destacava-se pelos desenhos humorísticos, mímica e programação visual. Foi, no entanto, quando se mudou para o Rio de Janeiro em 1965, que se começou a dedicar inteiramente à pintura e a ser alvo de destaque nacional.
A partir daí, começou a somar diversos prêmios, tanto no Brasil, como em outros países, como Itália e Japão. Os seus trabalhos foram considerados uma "ode à mulher sofisticada e sensual". Em 1978 deixou o Brasil e foi viajar pelo mundo: Nova Iorque, Londres e Paris foram algumas das cidades. Acabou por se fixar nesta última, instalando-se aí com um atelier. Faz exposições frequentes na Europa e nos Estados Unidos, e hoje vive entre os seus três estúdios principais: Paris, onde passa a maior parte do tempo, Rio Janeiro e Joinville, sua terra natal.
"A arte para mim é tentar saber o meu próprio tamanho, meus limites no passado, minhas medidas no presente, meu espaço no futuro", disse Juarez numa entrevista dada ao jornal de Joinville. As mulheres são um tema recorrente nos seus trabalhos, tal como o jogo de sedução e a vida social. As cores quentes marcam quase sempre presença: amarelos, vermelhos e castanhos, sempre com um toque expressionista bastante próprio.
"Não sou pintor de pintar um quadro. Sou pintor de pintar uma história. Não me interessa pintar um só quadro sobre um só tema. Eu pinto um tema. Uma exposição para mim tem este mesmo sentido. Eu preciso de um tema. Antes de produzir os quadros, eu faço a pesquisa. Então eu leio tudo sobre o tema, eu visito os locais, eu memorizo as paisagens, eu coloco a minha imaginação a brincar" disse ainda na mesma entrevista.
Questionado sobre a dificuldade de um artista não-ocidental ganhar relevânica artística, Juarez culpa os museus dessa lacuna. "Você só chega a um museu importante depois de ter obtido um certo reconhecimento. Eles não descobrem os grandes artistas. Eles só se interessam pela obra de um artista quando este artista faz parte de grandes colecionadores."
Sobre a autora: diana guerra é normalmente zote, mas dizem que também se interessa por arte, cultura e essas coisas óbvias.
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