Apaixonados por Haikai
Sempre admirei a capacidade dos poetas que produzem Haikais. Confesso que estudei esta forma concisa e objetiva da manifestação literária da cultura japonesa e suas adaptações acidentais.
Originalmente, os poemas tem três linhas, contendo na primeira e na última cinco caracteres japoneses (totalizando cinco sílabas) e sete caracteres na segunda linha. Muitas vezes há uma pintura, podendo ser impressos em uma única linha vertical, no Japão, ou em tres linhas em paralelo, em língua portuguesa.
No Brasil, Afrânio Peixoto (1919) em seu livro Trovas Populares Brasileiras, foi o primeiro autor a criar haicais, que foi popularizado por Guilherme de Almeida, que propunha um esquema onde o primeiro verso rimava com o terceiro, e o segundo possui uma rima interna (a 2ª sílaba rima com a 7ª sílaba).
Minhas referencias, mais atuais, o provocativo Paulo Leminski, o eterno Millôr Fernandes, além de Waldomiro Siqueira Júnior, Jorge Fonseca Júnior, José Maurício Mazzucco, Wenceslau de Moraes, Oldegar Vieira, Osman Matos, Abel Pereira e Fanny Luíza Dupré são importantes na história do haikai no Brasil.
O mais próximo de poesias concisas e objetivas que consegui produzir republico abaixo, além de um vídeo produzido por mim em homenagem a Paulo Leminski.
MINTO
SINTO
MUITO
PEÇO
REZO
MEÇO
AMO
CAUSO
DANO
MEDO
LEDO
ENGANO
SONHO
PERCO
ANO
DESÇO
FAÇO
TANTO
SUBO
LEVO
PRANTO
MATO
SENSO
LATO
MANTO
SANTO
QUANTO
Paulo Bettanin, julho de 2007.
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