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terça-feira, 20 de abril de 2010

Arquiteto Carlos Fayet

Carlos Maximiliano Fayet (Domingos Martins, ES, 6 de junho de 1930 — 19 de março de 2007) foi um arquiteto brasileiro.
Graduou-se em Artes no Instituto de Belas Artes, e em Arquitetura e, posteriormente, em Urbanismo, na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No primeiro ano de escola (1948), fundou juntamente com Enilda Ribeiro, L. F. Corona, Nelson Souza e outros veteranos, a antológica revista Espaço, re-editada no final dos anos 1950.
Foi professor titular desta Universidade durante anos, com um período de afastamento quando teve seus direitos políticos cassados (1970). Findo o curso de Urbanismo (UFRGS, 1954-55), Fayet incorporou-se à equipe coordenada por Paiva no Planejamento Urbano do Município, chefiando a Secção de Planejamento (1956-1963) e dirigindo a Divisão de Urbanismo (1958), com relevo na participação do Plano Diretor para Porto Alegre (Lei n.2046 de 1959 substituída pela Lei n.2330 de 1961), de urbanismo estruturalmente filiado à Carta de Atenas; na participação da equipe para os projetos de urbanização da Praia de Belas (1956) e da Av. Primeira Perimetral (1958), projetou o Edifício Sede da Secretaria da Produção e Abastecimento (1959), que chamou a atenção de Richard Neutra em sua passagem por Porto Alegre, e com Moacyr Moojen Marques, o Auditório Araújo Viana (1960), também patrimônio histórico e obra referencial da arquitetura moderna brasileira.
Auditório Araújo Viana
Em projetos de edificações teve grande destaque com obras além do Palácio da Justiça de Porto Alegre (co-autoria com o arquiteto Luis Fernando Corona), o Auditório Araújo Viana (co-autoria com o arq. Moacyr Moojen Marques), a Refinaria Alberto Pasqualini (co-autoria com o arq. Cláudio Araújo, uma das primeiras obras brasileiras com estrutura de concreto pré-moldado in situ, Canoas, 1962-68), a Praça Itália, entre outras de uma grande lista. Durante muitos anos trabalhou em parceria com o colega Cláudio Araújo, com quem coordenou o escritório "Equipe de Arquitetos". A sigla “EA”, Equipe de Arquitetos, adotada mais tarde, como entidade jurídica na sociedade de Fayet e Araújo, iniciada com os projetos para a Central de Abastecimento de Porto Alegre (Ceasa, 1969-71).
Ceasa
A experiência dos projetos para a Petrobrás e CEASA, a organização da Equipe de Arquitetos e a natureza grandiosa de Fayet, conduziram a sociedade com Araújo ao status de grande escritório, produção arquitetônica empresarial e às obras de complexidade e envergadura expressivas, particularmente as de programa industrial. Projetos como a Companhia Petroquímica do Sul – COPESUL – Central de Matérias Primas do III Pólo Petroquímico (Triunfo-RS, 1977-83); Tramontina Ferramentas Agrícolas S.A. e Forjasul S.A. Materiais Elétricos (Carlos Barbosa-RS, 1986); Tramontina Materiais de Pesca S.A. (Distrito Industrial de Gravataí – RS, 1986-87); Concurso para a TASA-Telecomunicações Aeronáuticas S.A., com Guillermo L. Silva, 1° lugar, não construído (Galeão/Ilha do Governador-Rio de Janeiro-RJ, 1986-87); Tramontina Cutelaria S.A., com Fernando Bahima (Cachoeirinha-RS, 1989-90); Forjasul S.A. Materiais Elétricos, Pavilhão Industrial para galvanização (Carlos Barbosa-RS, 1990).
Praça Itália
Além da EA, Fayet desenvolveu trabalhos como Diretor da URBASUL – Equipe de Urbanismo Ltda. (1969-75), com o Plano Diretor de Taquara-RS (1970); Plano Diretor Urbano de Esteio-RS (1971); Plano Diretor de Criciúma-SC (1972) e mais tarde com a Carlos Maximiliano Fayet Arquitetos Associados Ltda. (a partir de 1977) com o Terminal Rodo-aquaviário de Passageiros, com Nelson Inda (Vitória-ES, 1977) e o conjunto integrado de shopping center, apart-hotel, escritórios e garagens para o quarteirão Q1 da urbanização da Praia de Belas, área total de 145.000m2, com Jorge D. Debiagi (1985), mega projeto, não construído.
Tribunal de Justiça
Em 2002 ele foi contratado pelo Tribunal para assumir o projeto e fiscalização da reforma do mesmo prédio. Em dezembro de 2005 ocorreu simbolicamente a finalização das obras, com a colocação da escultura da deusa da justiça, a Themis, na sua fachada principal - escultura prevista no projeto de 1952, mas até então não executada. A escultura também teve autoria e execução do arquiteto.
Entre o seu primeiro e último trabalho profissional, dedicados à obra emblemática da arquitetura moderna de vertente corbuseriana no sul, o Palácio da Justiça de Porto Alegre (Sede do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, em equipe com Luis Fernando Corona, 1953/1967 e 2000-2003) e a mesma motivação da casa Candido Norberto (1952), primeira obra conjunta dos autores do palácio. “O esforço, principalmente do Corona e meu, de fazer uma residência que tivesse aqueles elementos, que a gente tanto admirava na arquitetura contemporânea, que estava sendo feita especialmente no Rio de Janeiro, e até procurando, ainda que forçando um pouco, a utilização de algumas soluções e alguns detalhes que pudesse vincular esse projeto à essa tendência, especialmente na arquitetura contemporânea carioca” .


leia o artigo de autoria de Sérgio M. Marques em Arquitextos
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq105/arq105_03.asp

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