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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Arquiteto Edgar Graeff

Edgar Graeff (1921-1990) foi um importante arquiteto do Rio Grande do Sul, no Brasil.
Graduado na Faculdade Nacional de Arquitetura, teve contato com o Modernismo arquitetônico que fora introduzido no Brasil por Le Corbusier e desenvolvido por Niemeyer. Voltando a Porto Alegre na década de 40, depois de ser reconhecido internacionalmente, foi um dos principais introdutores do Modernismo carioca na capital gaúcha. Entre seus projetos estão a residência Edvaldo Paiva (1948), o edifício Humaitá (1950), o edifício Presidente Antônio Carlos (1952) e a casa Israel Iochpe (1953).
edifício Presidente Antônio Carlos
casa Israel Iochpe
Formado em 1947 pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil no Rio de Janeiro, Graeff revelou grande influência da arquitetura moderna carioca em seu trabalho. Partindo do estudo mais abrangente da produção residencial em Porto Alegre entre 1940 e 1960, em seu contexto e suas peculiaridades, busca-se uma compreensão dos caminhos da arquitetura moderna na cidade de Porto Alegre em sua origem e desenvolvimento. Destaca-se o caráter pioneiro e singular do trabalho de Edgar Graeff em Porto Alegre, sua contribuição para o surgimento local de uma arquitetura moderna com fortes referências à obra de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e outros expoentes da escola carioca. Na década de 40 Edgar Graeff contribuiu para a evolução desta arquitetura, sendo arquiteto praticante, teórico e professor do curso de arquitetura da UFRGS. O impacto de residências como a projetada para Edvaldo P. Paiva foi um marco divisor no campo das idéias, dos costumes e da cultura arquitetônica em Porto Alegre, transpondo para o nosso contexto local estratégias e elementos de arquitetura que até então eram usadas principalmente por arquitetos do Rio de Janeiro e São Paulo. Tais propostas arquitetônicas manifestaram localmente o pensamento moderno preconizado por Le Corbusier.
residência Edvaldo Paiva
Edgar Graeff,  iniciava a carreira profissional com o projeto da residência Edvaldo Paiva, em 1948, um tema ao qual retornaria com freqüência nos anos seguintes. O trabalho já demonstrava o compromisso com os arranjos da escola carioca que orientariam seus projetos seguintes. No mesmo período, realizaria o projeto do pequeno edifício Humaitá (1950), uma concepção moderna incipiente na qual perseguia a clareza do partido, dispondo volumes puros independentes e sistêmicos dentro do lote: não mais dispunha integralmente da projeção do terreno para o volume construído, subtraindo as áreas de ventilação necessárias, mas posicionava dois blocos autônomos paralelos unidos por um elemento de circulação onde se encontra a escada, configurando uma estratégia aditiva. Transpunha volumes autônomos contingentes à estrutura fundiária existente, como uma adaptação do paradoxo fundo-figura  entre implantações tradicionais e modernas.
A mesma clareza do partido, com dois blocos unidos por um elemento concentrando as circulações vertical e horizontal, seria reutilizada no edifício Presidente Antônio Carlos (1952), onde aplicou tratamentos distintos nos três diferentes tramos verticais da fachada entre medianeiras, com cobogós no primeiro; esquadrias sombreadas por uma varanda, no segundo; e peitoris e vergas em painéis verticais leves abrigando venezianas retráteis, no último. Estes painéis seguiam o exemplo dos detalhamentos sofisticados de esquadrias, usuais entre os arquitetos cariocas como os Irmãos Roberto, Reidy, Jorge Moreira, entre outros; fruto da valorização dos sistemas de ventilação natural e proteção das fachadas contra o sol pela arquitetura moderna carioca nos seus anos áureos.
Os arranjos espaciais adotados nas suas primeiras residências seriam abandonados a partir da casa Israel Iochpe (1953), onde as imagens semânticas do nativismo carioca assumiriam protagonismo. A adesão de Graeff ao Realismo Socialista levou-o a buscar uma expressão formal compatível com o discurso ideológico, evitando o “distanciamento do público” acusado; o que ele acreditava atingir através das formas depuradas da arquitetura tradicional brasileira eleita pelo constructo teórico de Lucio Costa. Uma expressão que não era tão representativa da tradição gaúcha diferenciada. A casa Iochpe aplicaria parcialmente a fórmula carioca, através dos elementos de arquitetura utilizados, como a grande cobertura de telhas “capa-e-canal” em quatro águas e os treliçados miúdos de madeira; e da composição volumétrica que apenas direcionava-se para um arranjo moderno. Ambas soluções, entretanto, não eram levadas a cabo: a disposição simétrica das aberturas aliou-se à cobertura tradicional, dando ao volume superior uma força que subjugou o conjunto; e a imagem alcançada satisfez mais ao provável anseio de representatividade social do proprietário, que uma identificação popular desejada.
fontes: wikipedia, internet

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