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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Transporte urbano - Bondes

A primeira linha de bondes (com tração animal) ligava o Bairro Menino Deus e o cais do porto, iniciativa de dois negociantes locais, um brasileiro (Estácio da Cunha Bittencourt)  e um francês (Emílio Gembembre), inaugurada em primeiro de novembro de 1864, sendo a segunda linha de bondes do Brasil ( a primeira foi a linha da Tijuca, no Rio de Janeiro, aberta em 1859). Não se encontrou imagens dos veículos, mas se supunha que eram de dois andares. A linha foi substituida por uma nova companhia, a Carris de Ferro Porto-Alegrense em 1872. A empresa adquiriu novos bondes da companhia John Stephenson em Nova York, colocou novos trilhos de um metro de bitola ao longo da mesma rota, e abriu uma nova linha em 4 de janeiro de 1873. A garagem da CFPA ficava na Avenida João Pessoa. Uma terceira companhia, Carris Urbanos de Porto Alegre, estabeleceu uma nova bitola padrão de 1.435 mm para os trilhos, e abriu novas rotas para os bondes em outras partes da cidade nos anos 1880. 

Em 24 de janeiro de 1906 a CFPA e a CUPA se fundiram e formaram a nova Companhia Força e Luz Porto-Alegrense (CFLPA), que a partir de então passou a operar todas as linhas de bondes e os serviços de distribuição de energia elétrica na cidade. CFLPA iniciou a eletrificação das linhas de bonde, sedimentou a bitola padrão de 1.435 mm para os trilhos, e, em 22 de agosto de 1906, comprou 37 bondes elétricos da United Electric Co. em Preston, Inglaterra, sendo  35 pequenos veículos montados com 8 filas de assentos, que foram numerados de 1 a 35 e os bondes 36 e 37 eram bondes com dois andares, com oito bancos no primeiro piso, e sete filas de assentos no segundo. A eletrificação do sistema de bondes em Porto Alegre foi inaugurada em 10 de março de 1908. Nos anos 1920, os veículos abertos foram reformados e fechados, e os quatro com dois andares foram reduzidos a veículos simples.

O governo brasileiro dissolveu a CFLPA em 1926, e formou empresas separadas para transporte e energia elétrica: o novo operador das linhas de bonde foi a Companhia Carris Porto-Alegrense. CCPA foi adquirida dois anos mais tarde por um conglomerado americano, a Electric Bond & Share, que iniciou um programa de importação de bondes que transformaria Porto Alegre numa Meca para os americanos entusiastas de transporte por bonde nos anos 1950 e 1960.
O novo Departamento Autônomo de Transportes Coletivos informou que 89 milhões de passageiros foram transportados pelos 105 bondes em 1961.
 O DATC decidiu substituir os bondes por ônibus, e inaugurou uma linha de tróleibus em 7 de dezembro de 1963: cinco tróleis Massari iniciaram as linhas Gazômetro e Menino Deus, ao longo das ruas onde veículos puxados por mulas haviam iniciado o serviço de bondes 102 anos antes. A linha de tróleibus foi encerrada em 1969, e o DATC estipulou que o última linha de bondes de Porto Alegre se encerraria em 8 de março de 1970. Com exceção da rede de Santos, em 1971, este foi o último grande sistema de bondes do Brasil a ser encerrado.
A maior parte da frota de bondes de Porto Alegre virou sucata, mas o DATC salvou o “Texano” 46, e alguns veículos Brill, incluindo o 113 e o 123. O número 113, que fez a última viagem de 1970, no momento está no Museu Joaquim José Felizardo, na Rua João Alfredo, no bairro Cidade Baixa de Porto Alegre. O 123 atualmente é um escritório de recepção da sede da Companhia Carris, na Rua Albion, zona leste da cidade, mas durante os anos 1990 esteve em exposição na Praça XV de Novembro .

Acompanhe a reportagem completa em Os bondes do Brasil  de Allen Morrison, texto traduzido ao português por José A. Rodrigues.

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