A partir de 1865 definiu-se a indumentária do gaúcho atual.
Vestuário característico masculino:
Chapéu de couro ou de feltro de abas largas preso pelo barbicacho, o poncho sobre os ombros, o lenço geralmente de cores vivas, de nó corrediço. Uma camisa de lã ou de pano grosso.
Na cintura, a "guaiaca", cinto largo onde traz a faca e a garrucha no coldre. As bombachas, calças largas apertadas no tornozelo, as botas com "chilenas" (esporas de rosetas grandes) e finalmente ao pulso a presilha do rebenque da várias tiras, não esquecendo do laço de couro de burro.
Está ele pronto nos pampas para enfrentar.
O Lenço:
Usado ao pescoço, pode ser de diversas cores, sendo a branca e a vermelha as mais comuns. No passado, tiveram conotações políticas: o vermelho republicano (1835), maragato ou federalista (1893), maragato ou libertador (1923); a branca pica-pau (1893) e chimango (1923). O preto somente é usado em sinal de luto.
O lenço é amarrado por nós, sendo que há mais de dez modelos diferentes. Alguns exemplos: nó-de-rodeio, "Assis Brasil", "farroupilha", nó-de-domador, "namorador", cabeça-de-touro e "rapadura".
Vestuário característico feminino:
De 1820 a 1870 a mulher gaúcha usou vestido de seda ou veludo, botinhas fechadas, travessa nos cabelos, leque, meias brancas e xale. Era a influência européia.
A mulher campesiana usava uma saia e um casaquinho, meias, cabelos soltos ou trançados, sapatos fechados e ao pescoço um pequeno triângulo de seda, chamado Fichu.
A partir de 1870 até os tempos de hoje, a prenda usa vestido de chita sem muitos babados, meia branca, sapatilhas pretas sem salto alto, bombachinha, flor ou fita no cabelo e sem muitas jóias e maquiagem. A prenda conserva a simplicidade da mulher gaúcha, sem afetar a beleza de um ser de padrões morais superiores.
A dança Gaúcha
As danças gaúchas são a legítima expressão de sua alma. Em todas elas vê-se o espírito de fidalgia e o respeito a figura feminina, que sempre caracterizou o campesino rio-grandense. Todas também dão margem para ele extravasar a sua criativa teatralidade.
As danças folclóricas gaúchas, possuem uma peculiaridade, são sempre evolucionadas aos pares. Este fato encontra justificativa na formação histórica do povo gaúcho, uma sociedade que só se firmou e deitou raízes nesta terra através da participação atuante da mulher. Ela jamais foi reclusa como as mulheres das Casas Grandes, dos engenhos do Nordeste.
As danças dos pares entrelaçados faz muito sucesso.
A mais típica representação tradicional do Rio Grande do Sul, no campo das danças, é o velho "fandango".
As danças folclóricas são: Pezinho; Balaio; Chula; Xote; Boilaneira; Canaverde; Anu; Maçanico; Tatu com Volta Romeiro; Tirana do Lenço; Rancheira de Carreinha e a Chimarrita.
As Danças de Salão são: Valsa; Vaneira; Vaneirão; Xote; Milonga; Bugio; Rancheira e Chamamé.
Centros de Tradições Gaúchas (CTGs)
Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) são sociedades civis sem fins lucrativos, que buscam divulgar as tradições e o folclore da cultura gaúcha tal como foi codificada e registrada por folcloristas reconhecidos pelo movimento.
Diferenciam-se de Departamentos de Tradições Gaúchas, porque esses últimos geralmente estão ligados a alguma instituição.
Visam à integração social dos seus participantes, os tradicionalistas, ao resgate e à preservação dos costumes dos gaúchos, através da dança, do churrasco e de esportes. Existe muitos Centros de Tradições Gaúchas no Brasil, mas principalmente no estado do Rio Grande do Sul.
Chimarrão (ou mate)
O chimarrão (ou mate) é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul, um hábito legado pelas culturas indígenas quíchuas, aimarás e guaranis. Ainda hoje é hábito fortemente arraigado no Brasil (Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Acre e principalmente Rio Grande do Sul), parte da Bolívia e Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina.
É composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate e água quente.
Embora a acepção mate seja castelhana, é utilizada popularmente também no Rio Grande do Sul paralelamente com o termo "chimarrão".
Chimarrão (cimarrón em espanhol) também designa o gado ou planta que já havia sido domesticado e retorna para o estado selvagem.
O chimarrão é montado com erva-mate, geralmente servido quente de uma infusão. Tem gosto que mistura doce e amargo, dependendo da qualidade da erva-mate, que, pronta para o uso, consiste em folhas e ramos finos (menos de 1,5 mm), secos e triturados, passados em peneira grossa, de cor verde, havendo uma grande variedade de tipos, uns mais finos outros mais encorpados, vendidos a diversos preços.
Um aparato fundamental para o chimarrão é a cuia, vasilha feita do fruto da cuieira, que pode ser simples ou mesmo ricamente lavrada e ornada em ouro, prata e outros metais, com a largura de uma boa caneca e a altura de um copo fundo, no formato de um seio de mulher. Há quem tome chimarrão em outros recipientes, mas a prática é geralmente mal vista.
O outro talher indispensável é a bomba ou bombilha, um canudo de cerca de 6 a 9 milímetros de diâmetro, normalmente feito em prata lavrada e muitas vezes ornado com pedras preciosas, de cerca de 25 centímetros de comprimento em cuja extremidade inferior há uma pequena peneira do tamanho de uma moeda e na extremidade superior uma piteira semelhante a usada para fumar, muitas vezes executada em bom ouro de lei. Etiqueta
O chimarrão pode servir como "bebida comunitária", apesar de alguns aficionados o tomarem durante todo o dia, mesmo a sós. Embora seja cotidiano o consumo doméstico, principalmente quando a família se reúne, é quase obrigatório quando chegam visitas ou hóspedes. Então assume-se um ar mais cerimonial, embora sem os rigores de cerimônias como a do chá japonês.
A água não pode estar em estado fervente, pois isso queima a erva e modifica seu gosto. Deve apenas esquentar o suficiente para "chiar" na chaleira. Enquanto a água esquenta, o dono (ou dona) da casa prepara o chimarrão.
Há quem diga que isso acaba estabelecendo a hierarquia social dos presentes, mas é unânime o entendimento de que tomar chimarrão é um ato amistoso e agregador entre os que o fazem, comparado muitas vezes com o costume do cachimbo da paz. Enquanto você passa o chimarrão para a próxima bebê-lo, ele vai ficando melhor. Isso é interpretado poeticamente como você desejar algo de bom para a pessoa ao lado e, consequentemente, às outras que também irão beber o chimarrão.
Nesse cenário, o preparador é quem é visto mais altruisticamente. Além de prepará-lo para outras pessoas poderem apreciá-lo, é o primeiro a beber, em sinal de educação, já que o primeiro chimarrão é o mais amargo. Também é de praxe o preparador encher novamente a cuia com água quente (sobre a mesma erva-mate) antes de passar cuia, para as mãos de outra pessoa (ou da pessoa mais proeminente presente), que depois de sugar toda a água, deve também renovar a água antes de passar a cuia ao próximo presente. Não se esqueça de tomar o chimarrão totalmente, fazendo a "cuia roncar". Se considera uma situação desagradável quando o chimarrão é passado adiante sem fazer roncá-lo.
Churrasco
Churrasco é o nome dado ao prato feito a base de carne in natura ou processada, assada sobre fogo ou brasas, com a utilização de estacas de madeira ou metal — chamados de espetos — ou de grelhas.
Não existe referência exata sobre a origem do churrasco, mas presume-se que a partir do domínio do fogo na pré-história, o homem passou a assar a carne de caça quando percebeu que o processo a deixava mais macia.
Com o tempo as técnicas foram aperfeiçoadas, principalmente entre os caçadores e criadores de gado, dependendo sempre do tipo de carne e lenha disponíveis.
Na América do Sul a primeira grande área de criação de gado foi o pampa, extensa região de pastagem natural que compreende parte do território do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, além da Argentina e Uruguai. Foi ali que os vaqueiros, conhecidos como gaúchos, tornaram o prato famoso e típico.
A carne assada era a refeição mais fácil de se preparar quando se passava dias fora de casa, bastando uma estaca de madeira, uma faca afiada, um bom fogo e sal grosso, ingrediente abundante que é utilizado como complemento alimentar do gado.
A partir dali o costume cruzou as regiões e se tornou um prato nacional, multiplicando-se as formas de preparo, o que gera entre os adeptos muita discussão sobre o verdadeiro churrasco, como por exemplo a utilização de lenha ou carvão, de espeto ou grelha, temperado ou não, com sal grosso ou refinado, de gado, suíno, aves ou frutos do mar.
O correto é afirmar que não existe fórmula exata, uma vez que cada região desenvolveu um tipo diferente de carne assada, mas, sem dúvidas, a imagem mais famosa no Brasil é o churrasco preparado pelos gaúchos, expressão que virou nome do cidadão nascido no estado do Rio Grande do Sul.
No Brasil, churrasco se refere a toda carne assada na churrasqueira ou no estilo fogo de chão, quase sempre em grandes espetos na região sul, e grelha nas outras regiões.
Para o fogo, o mais comum é o uso de carvão, pela praticidade e facilidade de compra, porém os mais tradicionalistas defendem o uso da lenha. Existem também churrasqueiras à gás, pouco utilizadas por interferir no tradicional sabor do assado.
O tempero varia conforme o gosto e o costume local, podendo ser simplesmente sal grosso ou refinado, até as mais elaboradas fórmulas. De longe, a carne preferida é a bovina, mas também são muito apreciadas as carnes de origem suína, ovina, de aves, além de embutidos, como a linguiça.
Onde encontrar
Quem deseja apreciar um churrasco deve se dirigir a uma churrascaria, que é um restaurante especializado em carnes.
Ingredientes mais utilizados
No Brasil os ingredientes mais utilizados são:
Bovinos: picanha, costela, maminha, fraldinha, alcatra, filé, contrafilé, vazio (principalmente no sul), entre outros cortes;
Suínos: pernil, paleta e costeleta.
Carne ovina: costela,paleta e pernil.
Carne de frango: cortes de frango, como coxa, sobre-coxa, peito e asas.
Acompanhamentos: salada, salada de batata com maionese, pão, linguiça, entre outros.
ORAÇÃO DO GAÚCHO
D. Luiz Felipe de Nadal, bispo de Uruguaiana
"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial. Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadas e repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu. Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do Sol: "Tomara que todo o mundo seja como irmão ! Ajuda-me a perdoar as afrontas e não fazer aos outros o que não quero para mim".
Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase sem querer, eu me solto porteira a fora... Êta potrilho chucro, renegado e caborteiro... mas eu te garanto, meu Senhor, quero ser bom e direito ! Ajuda-me, Virgem Maria, Primeira Prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou dizer meu Deus, mas somente para ti, que tua vontade leva a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu.
Amém."
fontes: blog coisas nossas, wikipedia e internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu urbanocomentário. Ele é o combustível do Urbanascidades.