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sábado, 8 de janeiro de 2011

Nas ruas de Porto Alegre

Olá, Urbanautas. Não sei se nas suas cidades acontece o que ocorre em Porto Alegre, mas imagino que possa ter alguma similitude. Outro dia, estava caminhando em uma rua do meu bairro, o Rio Branco (pronto, começaram as notas) “A região onde está localizado o atual bairro Rio Branco se chamava Colônia Africana no final do século XIX e início do século XX. Era um dos redutos da população negra de Porto Alegre, surgido por volta da época da Abolição, quando foi permitido aos ex-escravos se estabelecerem nas áreas menos valorizadas e alagadiças das chácaras de famílias como Mostardeiro e Mariante, entre outras propriedades. Era conhecida como uma zona de criminalidade e, após uma campanha de saneamento, foi urbanizada e recebeu o atual nome, na década de 1920, em homenagem à morte do Barão, aquele chanceler da República em 1912. A população negra foi aos poucos sendo expulsa, pela força da tributação territorial e pela pressão das autoridades policiais, para a região onde estão localizados os bairros Mont'Serrat, Auxiliadora e Petrópolis.A denominação Colônia Africana sobreviveu no imaginário popular até as décadas de 1950 e 1960. A partir da década de 1910, imigrantes judeus começaram a se estabelecer por ali, a partir do bairro Bom Fim”.
Retomando o assunto, fui abordado por um transeunte que solicitou informações sobre uma rua nas proximidades. Precisei explicar qua a rua iniciava no bairro Azenha com o nome de Princesa Isabel (aquela), tornava-se Silva Só ao aproximar-se do Arroio Dilúvio (sim nós temos um arroio a céu aberto que atravessa a cidade desde o Bairro Partenon até as margens do Guaíba no Bairro Praia de Belas, conduzindo em suas fétidas águas todo tipo de dejeto humano e urbano, como sofás, colchões e outros), e que somente pelo fato de subir um viaduto torna-se Rua Mariante, que na continuidade de seu trajeto bifurca-se para homenagear o Sr. Goethe, que pela sua importância como escritor e pensador, tal qual Moisés e o Mar Vermelho, dividiu o Parque Moinhos de Vento (Parcão) em dois e, no cruzamento com a avenida 24 de Outubro, inverte o sentido e, em um pequeno trecho, torna-se Olavo Barreto Viana, finalizando como o senhor Félix Xavier da Cunha, poeta, advogado, jornalista, escritor e político.
Mas também, o que poderíamos esperar de uma cidade cujo centro, graças aos açorianos, localiza-se em uma península, tendo como uma das suas divisas o Rio (ou seria lago,ou estuário?) Guaíba, uma Rua da Praia sem praia, uma topografia acidentada que gerou um traçado urbano caótico e uma urbanização irregular e não-planejada, que recentemente inaugurou a sua maior intervenção de mobilidade urbana, a 3ª Perimetral, o projeto é da década de 70), atravessando a cidade da zona sul até as imediações do aeroporto Salgado Filho,e que encontra-se já totalmente saturada nos horários de pico, e que projeta uma 4ª Perimetral, à leste da Terceira Perimetral, e que tera como um de seus eixos a Avenida Manoel Elias, as quais somam-se as já existentes e absorvidas pela malha urbana, Avenida Loureiro da Silva (Primeira Perimetral), que contorna o centro de Porto Alegre, compreendendo as seguintes vias: Avenida Loureiro da Silva, Avenida Presidente Joao Goulart, Avenida Maua, Rua da Conceicao, e Avenida Paulo da Gama, e a Segunda Perimetral, conjunto de vias que conduzem do bairro Praia de Belas ao bairro Floresta, passando pelas seguintes vias: Jose de Alencar, Azenha, Princesa Isabel, Mariante, Goethe, Dr.Timoteo e Felix da Cunha.
E os nossos setenta e nove bairros. Temos o Menino Deus, letra e música do Caetano, o Navegantes, cujo nome homenageia as inundações nos dias de temporais, para deleite de nossos olhos temos a Boa Vista ou a Bela Vista, que em função da densidade habitacional não permite vista alguma, o Bom Fim, que não fica junto ao cemitério ou no limite urbano da cidade, a Floresta, de casas e prédios, o Novo e o Velho Belém. Também, dentro da tradição católica ocidental, homenageamos nossos santos, como São Geraldo, Santa Teresa, Santa Cecília, Auxiliadora, São Sebastião, Santa Maria Goretti,São João, Cristo Redentor, Bom Jesus, Santo Antônio, São José, Glória, Espírito Santo, Santana. Não podemos esquecer o senhor de La mancha, oferecendo Moinhos de Vento para suas batalhas, e que muitos “bairros jardins” cercam nossa cidade, como o Jardim São Pedro, Jardim Floresta, Jardim Lindóia, Jardim Itú-Sabará, Vila Jardim, Três Figueiras, Jardim Botânico, Jardim do Salso, Jardim Carvalho, Jardim Isabel. E as vilas?. Sim, também temos vilas, e são muitas, como a Vila João Pessoa, Vila Assunção, Vila Conceição, Vila Ipiranga, e a eternamente jovem Vila Nova. A tradição gaúcha, representada por bairros como Farrapos, Cavalhada, Farroupilha, Independência Azenha, e muitos homenageados, como Mario Quintana, infelizmente em um bairro com não muita boa fama, Marcílio Dias, Anchieta, Rubem Berta, Cel. Aparício Borges. Não esqueçamos os acidentes geográficos como a Cascata (ou Cascatinha), o Arquipélago, a Chácara das Pedras (existe criador de Pedras?), e para permanecer no tema vamos de Petrópolis, Pedra Redonda e Ponta Grossa, enveredando para o Rio Branco (de que?), as praias de Ipanema, Guarujá Lami e Praia de Belas, cavalgamos na Hípica e no Cristal (do Hipódromo), escorregamos na Lomba do Pinheiro (ou Lomba do Sabão), chegamos à Restiga (Nova e Velha), passamos na Serraria, afundamos no Passo d’Areia, e concluímos nosso passeio com muita Tristeza no Partenon.

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