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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pinturas clássicas sob outra perspectiva

Alguns contornos inusitados conferem uma aparência mais descontraída e bem humorada a quadros célebres da arte ocidental. Em uma reinterpretação coletiva, artistas contemporâneos se juntam para homenagear os mestres.
Girl with a Pearl Earring de Johannes Vermeer (esquerda) e Ringoism de Dave Macdowell (direita).

Algumas obras de famosos pintores como Van Gogh, Vermeer e Rembrandt tomam novos traços e cores. É possível? Para a Galeria britânica London Miles, sim. No último mês de novembro o local inaugurou a exposição “The Idol Hours” – uma interessante mostra de pinturas clássicas reinterpretadas por artistas contemporâneos. Dentre os quadros que tiveram uma releitura estão “O Beijo”, de Klimt, “Noite estrelada”, de Van Gogh, e “O Nascimento de Vénus”, de Botticelli.
Uma ousadia da galeria, visto que muitas pessoas não concordam em reinterpretação dos clássicos por considerarem que tal ação diminui tanto as obras quanto os próprios artistas originais.
Para Tina Ziegler, curadora do London Miles Gallery, o tema da exposição é bastante delicado, por isso tratou de ser cuidadosa. Primeiro, por ter consciência de que nem todos os artistas recebem de bom grado um convite para recriar outra obra. Segundo, porque poderia ter de enfrentar a dificuldade do público em perceber que se trata de uma homenagem e não de uma tentativa de denegrir os clássicos.
Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci
Canon of Anger de Dave Pressler

Claro que são obras de incontestável valor e reproduzi-las com outras técnicas e perspectivas, à primeira impressão, parece polêmico e causa algum desconforto. Mas depois de observar as novas versões, o sentimento muda. Formam-se interessantes contrastes entre técnicas artísticas de uma era digital e de uma era em que tudo era feito à luz de velas. Os artistas fazem uma releitura das obras que um dia os inspiraram, cada qual com muita personalidade, de modo despretensioso e bem humorado.
De acordo com Tina, a resposta do público foi extremamente positiva, e a mostra atraiu diversas faixas-etárias. O resultado foi satisfatório, não somente para a galeria, mas para todos os artistas participantes.
Dave Pressler, por exemplo, apresentou sua releitura de “Homem Vitruviano”, de Leonardo Da Vinci, e conta que o trabalho é desafiador, mas deve ser algo divertido de fazer.
Mais releituras podem ser encontradas no site da London Miles.( clique aqui).

The Anatomy Lesson de Dr. Nicolaes Tulp

The Anatomy Lesson de Dr. Nicolaes Tulp por Scott Campbell

The Rebirth of Venus de Sandro Botticelli

The Rebirth of Venus de Sandro Botticelli por Jenny Bhatt

The Sphinx de Fernand Khnopff

The Sphinx de Fernand Khnopff por Zoe Lacchei

Texto: Rejane Borges 

Um comentário:

  1. A era contemporânea e a ideia de "obra aberta" a ela inerente, deram espaço à criação sobre aquilo que já foi criado.
    De facto, algumas interpretações são até engraçadas :):):).
    Gosto de seu blog. É bastante informativo.
    Um Atlântico abraço de Portugal

    Inês Dourado

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