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terça-feira, 3 de junho de 2014

Urbanascidades, o início.

Vamos começar os trabalhos pelo inicio, como diria “The Big Bang Theory”, (o bordão do “Vamos por partes, como diria Jack” já está muito batido). Escrevo crônicas e poemas inconstantemente em agendas há mais de 30 anos, e remexendo nos meus guardados encontrei algumas bem interessantes.

Resolvi reuni-las com temática abordando a solidão humana, agrupadas sob o título de “Histórias sem nome, de um só (suspeito). Dedicava-me a escrevê-las nos hiatos entre minha atividade profissional e os afazeres domésticos e pessoais.

Escutando o programa radiofônico “Gaúcha Entrevistas” apresentado pelo jornalista e professor Ruy Carlos Ostermann, imponderável programa diário de cultura em uma rádio AM de Porto Alegre infelizmente cancelado, conheci uma linguagem cinematográfica apresentada por um cineasta paulista que pretendia reunir em uma mesma obra varias formas de comunicação como a documental, ficcional, autoral, etc…

Fascinado pela ideia ousei ser possível produzir um livro hibrido que reunisse minhas crônicas e poesias inseridas em uma história ficcional a partir dos meus conhecimentos, experiências e referencias literárias, cinematográficas e históricas.

O conceito do Urbanascidades (referencia a um blog autoral que publico há algum tempo) estava pronto. A maior dificuldade seria criar uma história que permitisse reunir crônicas e poesias em um contexto com alguma credibilidade. Em um exercício de futurologia, tema que me atrai bastante, imaginei situar a história em um período atemporal, onde um personagem conduziria as várias teias da novela, interrelacionando-as e direcionando o desenvolvimento da trama. Para tentar produzir algum interesse nos eventuais leitores, uma pitada de mistério, suspense e um final que procura surpreender os que ousarem se aproximar do desfecho do livro.

Com a espinha dorsal montada dediquei-me a desenvolver a história e produzir crônicas e poemas que publicava em meu blog. Quando já havia ultrapassado mais de uma centena de textos produzidos, fui vítima da tecnologia e perdi minha produção e cópias. Felizmente havia impresso algum material mas, durante meses, recusava-me a enfrentar novamente essa empreitada. 

O bloqueio que me impedia a retomada desapareceu como por encanto e me coloquei a digitar desenfreadamente meus pensamentos, transformando-os em prosa e verso.

E aqui estou eu, alguns anos depois, com boa parte do texto produzido, costurando e amarrando a trama, revisando alguns temas, incluindo e retirando crônicas e poesias. 

Em mais uma tentativa de concluir uma história iniciada há quase uma década, arregaço as mangas e reinicio o trabalho, relendo os textos produzidos, para manter a coerência e credibilidade da trama. O fato de escrever durante tanto tempo uma obra faz com que as novas experiências, vivencias e sentimentos sejam incorporados, produzindo pequenos ou significativos desvios na intenção original. Resolvi não reescrever os textos já produzidos, pois eles apresentam um perfil temporal de minha vida ao longo desses mais de trinta anos.

O livro inicia com uma poesia produzida a partir da desconstrução do título, URBANASCIDADES, que vou reproduzir aqui:

URBANASCIDADES

URBANA
NASCI
CIDADE
URGE
BANAL
BANDA
ANIMAL
NA
CIDA
IDADE
DA
DESESPERANÇA
TURBAS
CANABALIZAM
SACIAM
CAPACIDADES
DA
DESTRUIÇÃO
EU
SEI
SOU
URBANASCIDADEUS
A
DEUS


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