A cidade portuária de Izmir (ou, em português, Esmirna), uma das maiores áreas metropolitanas da Turquia e considerada, durante o século XX, como uma das mais cosmopolitas do mundo, quer voltar a fazer jus ao seu título de "pérola do Egeu". E é na cultura que está a virtude. Por isso, foi lançada a Izmir Opera House Competition, um concurso que desafia arquitetos de todo o mundo a conceber um design inovador para a nova casa da ópera, de forma a que Esmirna se assuma, novamente, como um grande centro de actividades económicas e culturais a nível internacional.
O escritório de arquitectura e design Nüvist, sediado em Istambul desde 2006, respondeu ao apelo, apresentando uma proposta que, de acordo com os arquitetos, "reflete a história, a cultura e o estilo de vida moderno de Izmir". E é nessa crença de que o urbanismo tem um impacto inegável no design e na funcionalidade dos espaços que se baseia o conceito do projecto da Nüvist para esta casa da ópera.
De fato, o design deixa perceber uma fluidez entre o meio urbano em que se insere e a própria estrutura do edifício projetado, cuja identidade é definida sobretudo pelas suas formas curvilíneas e alongadas.
No fundo, esta fluidez remete também um pouco para a própria história da cidade de Izmir, que ainda durante o século XX e até à época da Guerra Fria foi um dos principais locais de acolhimento de populações turcas, gregas e armenias. Um verdadeiro berço de culturas e tradições distintas a coabitar num mesmo território.
"A arte tem um papel fundamental como reflexo da sociedade e do seu estilo de vida. A alma, a inteligência e as emoções são as expressões da comunidade e a arte, por sua vez, define a identidade social de cada comunidade, mostrando-nos em que é que esta se distingue das restantes", afirmam os arquitetos da Nüvist. E vão mais longe: "os artistas determinam os padrões em que se desenrola a vida moderna".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu urbanocomentário. Ele é o combustível do Urbanascidades.