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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Moacyr Scliar

Moacyr Jaime Scliar, nascido em Porto Alegre, em 23 de março de 1937 é um escritor brasileiro, formado em medicina, e trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário.
Nota: Moacyr Scliar viria a falecer em 27 de fevereiro de 2011.
Nasceu no bairro Bom Fim, bairro que até hoje reúne a comunidade judaica, filho de José e Sara Scliar. Sua mãe, professora primária, foi quem o alfabetizou. Cursou, a partir de 1943, a Escola de Educação e Cultura, conhecida como Colégio Iídiche. Transferiu-se, em 1948, para o Colégio Rosário, uma escola católica. Em 1963, após se formar pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua vida como médico, fazendo residência médica. Especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Em 1963, inicia sua vida como médico, fazendo residência em clínica médica. Trabalhou junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU). Em 1970, frequentou curso de pós-graduação em medicina em Israel. Posteriormente, tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Já foi professor na faculdade de medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Publica seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”, em 1962. Em 1968, publica o livro de contos "O Carnaval dos Animais", que o autor considera de fato sua primeira obra.
 A partir daí, não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo o romance, a crônica, o conto, a literatura infantil, o ensaio, pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários. Sua obra é marcada pelo flerte com o imaginário fantástico e pela investigação da tradição judaico-cristã. Algumas delas foram publicadas na Inglaterra, Rússia, República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega, França, Alemanha, Israel, Estados Unidos, Holanda e Espanha e em Portugal, entre outros países. Seu estilo leve e irônico lhe garantiu um público bastante amplo de leitores.
A convite, torna-se professor visitante na Brown University (Departament of Portuguese and Brazilian Studies), em 1993, e na Universidade do Texas, em Austin.
Nos anos de 1993 e 1997, vai aos EUA como professor visitante no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University.
Em 31 de julho de 2003 foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31, ocupada até março de 2003 por Geraldo França de Lima. Tomou posse em 22 de outubro daquele ano, sendo recebido pelo poeta gaúcho Carlos Nejar,  tendo recebido antes uma grande quantidade de prêmios literários como o Jabuti (1988, 1993 e 2009), o Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (1989) e o Casa de las Americas (1989).
Suas obras frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina (área de sua formação), a vida de classe média e vários outros assuntos. O autor já teve obras suas traduzidas para doze idiomas.
Em 2002 ele se envolveu em uma polêmica com o escritor canadense Yann Martel, cujo famoso romance A Vida de Pi, vencedor do prêmio Man Booker, foi acusado de ser um plágio da sua novela Max e os felinos. O escritor gaúcho, no entanto, diz que a mídia extrapolou ao tratar do caso, e que ele nunca teve o intuito de processar o escritor canadense.
Entre suas obras mais importantes estão os seus contos e os romances O ciclo das águas, A estranha nação de Rafael Mendes, O exército de um homem só e O centauro no jardim, este último incluído na lista dos 100 melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos, feita pelo National Yiddish Book Center nos Estados Unidos.
Segundo o autor: "Acredito, sim, em inspiração, não como uma coisa que vem de fora, que "baixa" no escritor, mas simplesmente como o resultado de uma peculiar introspecção que permite ao escritor acessar histórias que já se encontram em embrião no seu próprio inconsciente e que costumam aparecer sob outras formas — o sonho, por exemplo. Mas só inspiração não é suficiente" .
Colabora com diversos dos principais meios de comunicação da mídia impressa (Folha de São Paulo e Zero Hora). Alguns de seus textos foram adaptados para o cinema, teatro e tevê. 
clique aqui para conhecer a bibliografia  no site


"Para mim, além do prazer da leitura da obra do grande escritor, é muito gratificante poder passar pelo "imortal" em suas caminhadas pelas ruas do Bairro Rio Branco, onde moramos, e acenar rapidamente enquanto ele se afasta em suas vigorosas subidas e descidas pelas "lombas" da Santa Cecília, Liberdade, Cabral, Vasco da Gama, entre outras". Paulo Bettanin, quase vizinho.

4 comentários:

  1. Paulo, obrigado pela informação - e parabens pelo blog! Abrs. Moacyr

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  2. Ola,Paulo.
    Fiquei extremamente entristecida com a ida do nosso querido Moacyr Scliar,pois eu sou uma fa incondicional desse genio muito peculiar da nossa literatura.Todas as pessoas ligadas a alguma forma de cultura se sentem mais orfas nesse momento.Carinho grande para voce.zenaide storino.

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  3. Nos tempos em que estava no colégio Moacyr Scliar era uma das raras leituras prazerosas. Nenhum adolescente merece ler coisas como "A Moreninha" ou "Vidas Secas", naquela altura da vida era um garrafa de Green Valley ter de resenhar tais obras. Mas Moacyr Scliar fazia uma literatura que encantava, nunca me esquecerei da leitura de "O exército de um homem só"; "O centauro no Jardim"; "Os cavalos da república"; ótimos livros em meio a tanta coisa "esquecível" que li nesta época. abração

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  4. Saudades do amado Moacyr!
    Se encontrar, leia uma crônica dele, fantástica: 'Os Turistas Secretos'.
    Temos orgulho, Moacyr é coisa nossa!

    bjs, Tais

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